sábado, 28 de agosto de 2010



espero por ti, todos os dias, todas as horas, todos os minutos, todos os segundos e porquê? porque acho que podes ser o homem da minha vida. e espero por ti porque sei esperar, porque nos genes ou na aprendizagem da sabedoria mais íntima e preciosa, há uma voz firme e incessante que me pede para esperar por ti, que me diz que vais ser único e apaixonante. e eu gosto de ouvir essa voz a embalar-me de noite antes de, tantas e tantas vezes, acabar por ter um pesadelo com o fantasma que ainda me persegue, quero poder acordar a acalentar-me de manhã, quando um novo dia chega e me faz pensar o quão longa e inglória pode ser a minha espera. eu sei que vais aparecer, vais tornar-me melhor, vais ser o que sempre procurei. ajuda-me a mandar embora este fantasma incansável que me tortura. que me desgasta de ódio. mas eu espero por ti. mas peço-te não demores (...) mas vai devagar.

Margarida Rebelo Pinto
; mas muito recheado/adaptado por patrícia

quinta-feira, 26 de agosto de 2010



é tão bom adormecer sem que me invadas os sonhos. é tão bom não deitar mais lágrimas por ti. recortar-te da minha vida. arrancar-te do meu coração. expulsar-te (ao pontapé) do meu pensamento. é bom sentir que estou finalmente a ficar livre desse sentimento que só me tem feito ver o lado mau da vida, me afastando das coisas boas. foi devido a ti que percebi que nada dura para sempre, ou pelos ainda não encontrei quem cumprisse tal promessa. mas quem sabe um dia (...)

patrícia

terça-feira, 24 de agosto de 2010


" Podias ter-me dito que ias sair da minha vida. Foi tão repentino que não dei por tal, nem sei os motivos. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo. Podias ter-me dito que querias conjugar o verbo desistir. Mas não, desististe sozinho. Demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer, sem travar batalhas. Mas hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, o único que os homens conhecem. "

Margarida Rebelo Pinto, 
(alterações por: patrícia )

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

desculpa. peço-te muitas desculpas. sinto-me inútil e horrível. mas sempre me preocupei contigo, mas odeio-me por não ter-me preocupado mais. por não te ter visitado mais. sinceramente nunca me custou tanto uma partida. e não estávamos sempre juntas, se tivesse passado mais tempo contigo não sei como seria. acho que sou a única que ainda não ultrapassou isto. sinto-me tão mal, por teres ido para o hospital e não me terem deixado ver-te, mesmo que já não soubesses quem eu era devido a várias doenças que já tinhas, eu estaria lá até tu partires. mas não me deixaram estar, e quando deixaram era tarde demais. tu já abrias os olhos, mal respiravas e desculpa mas não consegui ir nessa altura do fim. mas eu sempre soube, desde que foste para o hospital que não irias sair de lá. eu perdi a esperança, porque sabia como tu eras. desculpa a expressão mas " uma mariquinhas, que não suportava qualquer dorzinha ". eu lembro-me do quanto me chateava contigo " mete-te direita se faz favor " e tu nunca o fazias, estavas completamente corcunda. eu fingia ser má porque tu assim obedecias-me, e rias-te comigo à mesma. ainda hoje choro muito por ti, porque sinto que já te tinhas esquecido de mim antes de partires. lembro-me da mãe ir com a mana ao hospital e no fim de semana seguinte a mãe foi horas depois voltou, e disse-nos " a avó perguntou por ti marta " e eu " e por mim? " a minha mãe assustada respondeu " por ti não perguntou ". isso custou-me tanto avó, mas a culpa em parte é minha pois nunca te pude ir ver, fui impedida por ser a mais nova. ( odeio quando o meu pai diz que não devo ir aos hospitais para não apanhar doenças )
no dia 27 de Novembro de 2009, sexta-feira eram oito horas da noite eu tinha voltado no último autocarro de silves. entrei no carro alegre a falar com a mariana ao telemóvel ( chuchu acho que era contigo ), desligo o telefonema. 
"então pai, tudo bem?" (...) " sim, olha a mãe não está em casa e eu vou sair também " (...) " então porquê? " (...) " a tua avó morreu ".
sem nenhum cuidado, recebi essa notícia e entrei em choque. caíram-me as lágrimas descontroladamente. senti-me uma neta tão estúpida, nem um adeus te pude dizer. nem um adoro-te avó. desculpa-me. peço-te.
contei à pessoa que mais me importava, mas que já não me pertencia, e ela conta-me a bela merda que estava a fazer enquanto eu chorava pela tua perda avó. eu senti que não merecia aquilo da parte dele, mas foi uma bela facada. 
estabilizei-me e fui em direcção à capela onde o teu corpo estava em câmara ardente. entrei forte e segura de que não iria chorar, pois tu não me irias querer ver assim. mas não aguentei entrar na capela, e quando começo a cumprimentar as pessoas só ouvir " os meus sentimentos querida, não chores ". foda-se eu perco uma avó e não querem que chore? eu tenho sentimentos. revolta-me que me peçam para não chorar, é inútil.
quando deitei essas lágrimas, sentei-me e nem dei atenção a mais ninguém. só olhava para o caixão onde tu tinhas um pouco de pano a tapar-te a cara. não fui capaz de levantar esse suave pedaço de pano. no dia seguinte, quando foi a tua missa, custou-me ainda mais o Srº padre, que nem o teu nome decorou, ou ao menos tentava não se enganar a ler. que raiva.
segui a pé atrás da carrinha onde tu ias dentro daquele caixão que até brilhava. a pior parte, foi mesmo entrar no cemitério velho de São Bartolomeu de Messines, levam o caixão até perto da cova e (...) abrem-no e levantam o pedaço de pano que te tapava a cara, foi um choque ver-te daquela maneira, e não puder abraçar-te e pedir para acordares e ficares comigo. gritei de choro, de dor, doeu e doí recordar essa imagem avó. 
e mais uma vez ouvi de senhoras que nem sabia que existiam a dizer-me e abraçar-me "coitadinha, não chores, ai coitadinha". 
e para não bastar tudo isso, o fdp do coveiro nem te fez uma cova bonita. foi tudo feito à maria joana. dass que ódio.
só te consegui ir visitar duas vezes, custa-me ainda ver o sitio onde o teu corpo descansa. levaste um pouco de mim contigo, eu sinto isso. mas sei que de certa forma agora estás melhor, sem dores, e a descansar. só queria ter essa confirmação.
mas avó o que eu nunca disse, eu adoro-te, e fazes-me muita falta. cuida de mim. abraça-me mesmo que eu só sinta um arrepio. dá-me um beijo de boas noites, mesmo que eu não sinta. fica sempre comigo.
para sempre avó, até sempre.
depois de deitar mais algumas lágrimas a escrever este texto, sinto-me melhor porque ao menos tiro algum do peso que tenho em cima.
e um grande obrigada aos amigos que tanto me apoiaram e que eu nunca esperei. de quem esperava, desiludiu-me mais uma vez. mas eu sou forte e fraca por ti avó. eu sei que tu estás comigo sempre. love youuuu, always **

sábado, 7 de agosto de 2010

pai, eu amo-te.
porque eu sou parola como tu, porque eu tenho o mesmo feitio e muitos dos teus defeitos, porque tenho de ti muitas coisas boas, porque sou o teu eu em ponto feminino e mais novo (:
às vezes só me apetece não existir, mas há outras que eu sinto que ainda bem que existo.
tem-me feito tão bem esta mudança entre nós, esta liberdade de expressão, és como um adolescente quando estamos juntos em família, mas também és pouco rígido sim. :_
mas como é que a nossa vida tinha piada se não fossemos assim? ainda bem que tudo mudou.
agradeço tanto o facto de não ter a mãe cá em casa, porque antes estavamos tão distantes, eras tão ocupado, davamo-nos bem mas nunca tantas vezes. Agora que estamos só os dois, ( quer dizer três, sem esquecer a minha avó fofa resmungona ) é tudo tão diferente.
eu sei, eu sei que não sou a dona de casa ideal, mas ajudo no que posso. eu sei, eu sei que tu não és um banco mas ajudas-me quando podes. e acima de tudo isso, temos as nossas conversas no carro ( apesar do tema ser sempre o mesmo ) .. mas nessas conversas eu vejo como tu és, e como demonstras ser. e tu vês o quão crescida eu estou, e tu nem davas por isso. porque serei sempre a tua criança e tu o meu cota-adolescente.
porque sem ti, a minha vida não tinha piada.és um nasi no que toca a namoros e a amizades com rapazes, mas eu acho tanta piada a isso.
já viste o prazer que dá namorar às escondidas? devias exprimentar :_
( falo por experiência própria, sim pai já me obrigaste a ter de fazê-lo à uns tempos atrás )

mas este post, foi feito para que nunca mas nunca mesmo venhas a pensar que eu não te amo, pois amo a coragem e a força de vontade que tu tens,o sofrimento que já passaste e que eu estive lá para ti, só antes de nascer é que não. x3
és o meu ídolo, e sem ti não quero mesmo viver.
amo-te mesmo muito pai, és um tudo para mim ***
sou mesmo filhinha do papá :$

amo-te desde aqui até à lua